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Já reparou como faz tempo que viver intensamente a própria aldeia não basta para o ser humano? Pense bem: as crianças e os adolescentes de hoje já nasceram em um mundo mais que globalizado, com fronteiras culturais cada vez mais difusas, especialmente graças às novas tecnologias de comunicação. É natural, então, que os pais se preocupem em proporcionar aos filhos o máximo de contato com culturas diferentes daquelas em que estão inseridos. Pois indo além do evidente benefício de oferecer o conhecimento de um segundo idioma desde a infância, a educação bilíngue é uma excelente maneira de ensinar também cultura.

Desde meados da década passada, vem aumentando de maneira constante o número de escolas brasileiras que oferecem esse tipo de ensino. E é principalmente essa pluralidade que acaba ampliando para a classe média o acesso a algo que antes costumava ficar restrito às famílias mais ricas. Embora essa multiplicação seja recente no Brasil, os registros oficiais das primeiras escolas bilíngues surgiram na Irlanda e no País de Gales, na década de 1920. São conhecidos, porém, casos de educação bilíngue desde pelo menos 5 mil anos atrás.

Em países desenvolvidos, especialmente os falantes de inglês, a função do ensino bilíngue é diferente daqui. Lá, essas escolas costumam ser reservadas a minorias étnicas, normalmente de migrantes, em que a segunda língua é a língua materna de famílias de alunos vindos de outros países, com diferentes culturas. Nesses casos, o objetivo é incorporar tais comunidades à sociedade. Nos Estados Unidos, por exemplo, o presidente Lyndon Johnson assinou, em 1968, a Lei da Educação Bilíngue, com o objetivo de incentivar as escolas ao uso de 2 idiomas. Acabou virando política nacional em 1974. Em países de cultura bilíngue, como o Canadá, a combinação de 2 idiomas no sistema educacional acaba se dando naturalmente.

No Brasil, existem diferentes tipos de escolas bilíngues. Há, por exemplo, as chamadas escolas internacionais, que habitualmente são direcionadas a crianças e adolescentes que acompanham os pais em andanças pelo mundo por motivos profissionais. O objetivo dessas instituições é oferecer um ensino que siga os princípios educacionais do país de origem, a fim de facilitar o trânsito dos alunos entre várias nações. As escolas americanas seguem o currículo norte-americano, as inglesas, o inglês, e assim por diante. Os professores são predominantemente estrangeiros.

Como nas últimas décadas vem se tornando cada vez mais comum o ingresso de estudantes brasileiros nessas escolas, elas têm buscado o devido reconhecimento no MEC, passando a seguir também o currículo nacional brasileiro. Nesses casos, além de saírem da escola fluentes em pelo menos um segundo idioma, os alunos recebem a dupla certificação, que lhes permite dar continuidade aos estudos tanto em universidades brasileiras quanto em instituições estrangeiras, com conhecimento de 2 realidades educacionais diversas.

Em uma escola bilíngue, o segundo idioma não é simplesmente uma disciplina, tampouco unicamente a língua usada para a comunicação entre alunos, professores e funcionários. Nesse cenário, os alunos mergulham nas características do país falante da segunda língua. Afinal, é impossível ensinar um segundo idioma, com suas expressões e seu vocabulário, sem vincular as palavras à cultura relacionada. Assim, escolas que ensinam inglês, inevitavelmente trabalham com as realidades de países como Estados Unidos, Canadá e Inglaterra, principalmente.

Com esse contato, as vantagens educacionais se multiplicam. Ao tomar conhecimento de outra língua e outra cultura, além das maternas, seu filho terá acesso, por exemplo, a pelo menos duas vezes mais livros, filmes e músicas. Isso sem falar na facilidade de fazer contato com pessoas de outros países, que seja pela internet.

As viagens se tornam fonte de mais conhecimento

Viajar sempre faz bem, não é mesmo? E quanto mais diferente em relação à nossa origem é o local que conhecemos, mais aprendemos. Imagine se, ao chegarmos em uma cultura distinta, conseguirmos nos comunicar com eficiência. Maior ainda será o aprendizado, certo?

Assim, se o aluno de uma escola bilíngue decidir fazer um intercâmbio no futuro, o trabalho de domínio da linguagem já estará superado. Com isso, as trocas ocorrerão em um nível bem mais elevado. Fora da vida acadêmica, o domínio desses conhecimentos aumentará o traquejo social e a facilidade de adaptação do seu filho. E ainda vale ressaltar uma outra consequência do bilinguismo: o maior respeito às diferenças culturais, sociais, de raça e credo.

Esse tipo de desenvolvimento representa um importante diferencial para os alunos, uma vez que a fluência em uma segunda língua, assim como o conhecimento de uma cultura diferente da própria, passa uma ideia de maior prestígio e status. Aliado ao desenvolvimento de competências importantes, como maior adaptabilidade a situações diversas, esse detalhe nada pequeno favorece a inserção em universidades de qualidade e, consequentemente, no mercado de trabalho.

Ter contato com outras culturas por meio de um idioma diferente também melhora o desenvolvimento social e emocional dos jovens. No caso de imigrantes, isso acontece porque as pessoas têm uma autoimagem mais positiva quando conseguem conversar usando o idioma materno. Ao mesmo tempo, saber se comunicar no idioma do país para o qual migraram melhora a autoestima e a qualidade de interação pessoal.

Uma preocupação recorrente entre pais que escolhem proporcionar uma educação bilíngue aos filhos é que eles acabem focados demais na cultura do país da segunda língua e se distanciem excessivamente da realidade brasileira. Isso pode representar um problema ainda maior caso a família não tenha intenção de morar no exterior ou o aluno não pretenda fazer universidade fora. Especialistas afirmam que esse tipo de identificação depende mais da forma como a família trata a questão do que as instituições. Assim, se a família se preocupa em manter o vínculo com o país natal e de residência, a ligação continuará existindo naturalmente.

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